A ALIMENTAÇÃO NA IDADE MÉDIA E SUA ABORDAGEM EM PAINÉIS
INTERATIVOS
Suellen Cristina Rodrigues de Lima
Introdução
No século XX a escrita da História passou por um processo de
mudanças significativas, que consequentemente, atingiu a historiografia
medievalista. Esse contexto de renovação permitiu a revisão de inúmeras
concepções anacrônicas relegadas à Idade Média no âmbito historiográfico até
então. Os historiadores buscavam analisá-la sob a égide de um olhar
equilibrado, que visava compreender, e não julgar sua realidade peculiar. As
produções decorrentes dessa nova postura proporcionaram a historiografia
medievalista mais respeito e atenção tanto do meio acadêmico, quanto da
sociedade em geral. No Brasil, o interesse pela Idade Média se tornou mais
acentuado a partir da década de 1980, principalmente através “da crescente
compreensão da importância que teve o período medieval na formação da sociedade
ocidental” (FRANCO JÚNIOR, 2004, p. 7).
Novas perspectivas
para o ensino de História
Apesar dessa visível mudança positiva quanto ao que se
pensava sobre o período medieval, ainda se perpetua por meio dos professores e
dos livros didáticos um modelo ultrapassado de observação do medievo, centrado
na análise evolucionista e linear da história. Os motivos que acentuam essa
perpetuação de conceitos anacrônicos durante a aula de História são inúmeros,
entretanto, gostaria de centrar a discussão na dificuldade presente nas escolas
em introduzir novas formas de discussão dos conteúdos dessa disciplina com os
discentes, tendência intensificada pela produção acadêmica insuficiente
direcionada à pesquisa na área do ensino de História para a Educação Básica.
Apesar disso, os profissionais da educação escolar estão buscando recursos
diferenciados para suprir essa carência e provocar o interesse dos alunos pelo
aprendizado. De acordo com Paranhos:
Parcelas expressivas de profissionais, instigados pela
necessidade de produzir novas pontes de comunicação com os alunos, passam a
refletir criticamente sobre suas práticas educativas. Mais do que isso, como
que tateando outros caminhos, tentam incorporar ao arsenal de recursos
utilizados em classe outras linguagens para além das habituais (PARANHOS, 1996,
p.8).
Em uma realidade de carência metodológica, tanto os
professores em formação quanto àqueles que pretendem alcançar a pós-graduação
podem e devem contribuir efetivamente para a mudança do quadro, através da
proposição de abordagens diferenciadas dos conteúdos já utilizados e conhecidos
pela maioria dos alunos, bem como, de temas ainda pouco explorados na
disciplina, no que diz respeito à análise do contexto medieval. Principalmente,
quando se percebe a dificuldade em chamar a atenção do aluno para a temática da
Idade Média, um período histórico distante do tempo em que vivem. Fator que
seria amenizado se os alunos fossem sensibilizados para o conhecimento de que
seu presente é profundamente marcado pela herança cultural medieval.
Analisando as problemáticas existentes no cotidiano escolar somos
levados a refletir sobre o conhecimento produzido em sala de aula, e sua
possibilidade de gerar uma conscientização histórica capaz de transpor os
limites da escola, para uma utilização efetiva no presente dos discentes.
Mediante esse olhar, o presente trabalho apresenta uma proposta de metodologia para
a abordagem da Idade Média através do tema da alimentação, cujo debate será
feito através de painéis interativos, que objetivam explicitar a realidade do
medievo através das práticas alimentares como reflexo sociocultural no devir
histórico. Serão utilizadas imagens como ponto de partida para a análise do
período, as iconografias serão representadas através de cenários da mesa
medieval, que demonstrarão os alimentos característicos de cada classe social e
seus significados diante da sociedade. Um tema pouco explorado, que tem a
vantagem em chamar a atenção do aluno por ser uma realidade comum em suas
vidas.
O ensino escolar utiliza-se
constantemente da palavra escrita como forma predominante de linguagem,
contudo, esse modelo de comunicação bastante comum em nossa época, não deve ser
tomado como medida para todo e qualquer período histórico. Exatamente, porque
durante a Idade Média a maioria da população era analfabeta, comunicando-se,
predominantemente, através do recurso oral e gestual, mas também do visual, devido
a isso, a imagética tornou-se ponto forte de comunicação entre os medievos.
O conhecimento dessa característica
presente na Idade Média é primordial para nos ajudar a compreender seu
cotidiano. Principalmente, quando percebemos que as inúmeras obras do período
são repletas de sinais e códigos que não são meramente ilustrativos, mas,
demonstram sim, parte da dinâmica real que constituía o universo do medievo.
Característica que permite ao professor reavaliar o uso das imagens nos
materiais didáticos para além de um suporte secundário, podendo ser usado como
fonte principal de discussão nas aulas, para isso elas devem ser bem
interpretadas, a partir de um olhar que consiga ver além do que está na superfície
da imagem. Segundo Paiva:
A
iconografia é tomada agora como registro histórico realizado por meio de
ícones, de imagens pintadas, desenhadas, impressas ou imaginadas (...). São
registros com os quais os historiadores e os professores de História devem
estabelecer um diálogo contínuo. É preciso saber indagá-los e deles escutar as
respostas (PAIVA, 2006, p.17).
A principal intenção ao fazer uso da iconografia no processo
pedagógico revela-se quando o aluno percebe que existem outras formas de
comunicação, que não a escrita, tão comum em seu cotidiano.
Painéis Interativos
O trabalho em questão vem trazer a possibilidade de usar essas
imagens de maneira que o aluno interaja diretamente com o objeto de seu
conhecimento, com vias a tornar o aprendizado um processo mais prazeroso, que
em sua dinâmica consiga se fazer um método expressivo, no qual o aluno seja
levado a sair do comodismo habitual,
apenas recebendo informações, mas, impelido a pensar e refletir criticamente
sobre o que está aprendendo.
Como já dito, a proposição é
interativa, pois, os alimentos presentes nas diversas mesas do medievo não
estarão apenas representados nas obras visuais, mas, impressos em separado para
que o aluno se familiarize com cada um deles com maior facilidade. Após a aula
expositiva-dialogada sobre a temática, o professor apresentará os painéis, que
são dois, um contemplando o banquete da nobreza e outro a refeição dos servos,
exatamente, por serem as classes mais representativas e divergentes nessa
sociedade. A turma se dividirá em dois grupos, sendo que cada um ficará
responsável por um painel. Com a figura dos alimentos, em separado, os
discentes terão o desafio de pregá-los nos painéis correspondentes a sua
utilização pelas camadas sociais retratadas nos cenários.
Esta dinâmica assemelha-se a que é
empregada nos flanelógrafos, muito utilizados na educação infantil, mas, a diferença
básica é que a ideia em questão foi adaptada para as turmas de 7º ano, momento
em que os alunos têm a Idade Média como conteúdo do currículo de História.
A prática cotidiana da alimentação na Idade
Média representa cada classe social. A qualidade dos alimentos ingeridos pela
sociedade representava um sinal exterior de prestígio, portanto, quanto menos
qualidade um indivíduo tivesse, menos qualidade seu alimento teria, essa
prerrogativa levou a criação de estereótipos alimentares bem determinados, em
cada produto estava evidenciado sua identificação social.
De acordo com Montanari (2006, p.
42-44), a nobreza alimentava-se basicamente de carne, que podia ser de animais
domésticos, de caça (em pequena quantidade), de aves, de peixes de água doce ou
salgada, podendo ser consumido fresco ou seco, conforme a região. Cujo preparo
era predominantemente assado, sendo recheados ou cobertos com molhos feitos com
a adição das especiarias, que por serem muito caras eram utilizadas
constantemente, com o propósito de ostentar o luxo e a riqueza da aristocracia,
em sua mesa, o pão e as saladas funcionavam como acompanhamento para os pratos
de carne.
Os camponeses por sua vez tinham uma
alimentação baseada na ingestão de cereais, feitos sob a forma de papas e
mingaus, mas, sobretudo de pão, aproximadamente meio quilo por dia, às vezes
acompanhado de verduras e legumes que cultivavam com suas próprias mãos. Em
suas pequenas propriedades, dificilmente criavam animais de grande porte,
quando existiam eram utilizados para o transporte, podendo ter apenas algumas
ovelhas, para se extrair leite e queijo, assim como galinhas e porcos,
consumidos somente em ocasiões especiais ou no inverno. Quando se alimentavam
de carne, à preparavam normalmente cozida, esta forma de preparo era
tipicamente popular, por se utilizar o suco da própria carne.
Conforme Montanari (2006, p. 45) cada
classe deveria seguir o regime alimentar de acordo com seu grupo, pois,
transgredindo as regras estabelecidas, poderiam causar enormes danos a si
próprios. O rico por ter estômago delicado, habituado a fina alimentação, não
seria capaz de ingerir alimentos pesados, da mesma maneira para os camponeses,
estes não conseguiriam se adaptar aos pratos nobres da aristocracia.
As iconografias abaixo representam
alguns traços da alimentação no período medieval, que podem ser mais bem
compreendida através da análise criteriosa das imagens.
Banquete da Nobreza: O envenenamento de um príncipe à mesa. Em uma sala suntuosa,
forrada de seda, o príncipe está isolado sobre um estrado, sozinho e sentado
sob um dossel: símbolos de sua dignidade. Servem-lhe maior quantidade de aves e
em um prato maior que o de qualquer outro conviva: outro sinal de seu poder.
Imagem 1: História do grande
Alexandre,
séc. XV (Paris. Petit Palais, col. Dutuit). Acesso em: 10/12/2015
Refeição Camponesa: Poucas
pessoas estão sentadas à mesa camponesa. A mulher prepara a ricota em um imenso
caldeirão em forma de sino. O vinho tinto e o pão estão sobre a mesa. Um cincho
lembra o queijo. Vaso de estanho, colher de madeira e concha de ferro são
utensílios de cozinha e de mesa prováveis nesse contexto. Os pequenos cães dos
castelos senhoriais são substituídos, aqui, pelo enorme mastim branco e preto,
guardião do lar. (Foto BNF).
Imagem 2: Tacuinum sanitatis. Sul da Alemanha, séc.
XV, segundo um manuscrito italiano do séc. XIV (Paris, BNF, ms latim 9333, f°
60). Acesso em:
10/12/2015
Mediante a breve apresentação dessas peculiaridades
medievais, fica mais fácil compreender que a alimentação vai além da função
nutricional, possuindo função social, pois, o alimento é representativo da
pessoa que o consome, e o comer, repleto de significados e subjetividade. Essa ideia
permite dizer que é uma atividade cultural e, portanto, capaz de refletir a
identidade de um povo. Na sociedade medieval essas características são bem
acentuadas, se mostrando uma ótima oportunidade para fazer um paralelo entre
essas singularidades e o tempo presente, e a vida contemporânea dos discentes.
Para que eles entendam que as iconografias produzidas em outros tempos são,
evidentemente, frutos de uma mente artística que busca produzir uma obra
relevante, mas, também de sujeitos históricos conscientes de seu tempo, de seu
povo, de sua identidade, sendo capaz de reproduzi-la com verossimilhança, um
ato que possui uma profunda carga ideológica.
Todo o conteúdo expresso nesta comunicação foi produzido com
a intenção de que após uma possível explanação da ideia aqui apresentada, que o
aluno tenha se sensibilizado em ter aprendido algo que nunca se interessou em
saber, pois, sempre achou que tinha e sabia o necessário, no que tange, ao ato
de comer. Que nossos jovens sejam desejosos em possuir mais que o senso comum,
e que o ensino de História possa contribuir efetivamente com esse propósito.
Bibliografia
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média, nascimento do ocidente. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. 205
p.
MONTANARI, Massimo. “Alimentação”. In: LE GOFF, Jacques;
SCHIMITT, Jean-Claude. (orgs). Dicionário temático do ocidente medieval. vol. I. Bauru -
SP: Edusc, 2006.
PAIVA, Eduardo França. História e Imagens - 2 ed. – Belo
Horizonte: Autêntica, 2006.
PARANHOS, Adalberto. Saber
e prazer: a música como recurso
didático-pedagógico. In FRANCO, Aléxia Pádua (org). Álbum musical para o ensino de história e geografia no 1º grau.
Uberlândia. Escola de Educação Básica/Universidade Federal de Uberlândia, 1996.
PEREIRA, Nilton Mullet. Ensino de História, Medievalismo e
Etnocentrismo. Historiae, Rio
Grande, 3 (3): 223-238, 2012.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrezada Suellen,
ResponderExcluirSeu texto está bastante interessante, porém um questionamento me surgiu:
Você coloca a sala de aula como um local de geração de conhecimento, então você discorda do Pierre Bourdieu quando aponta a educação como reprodução?
Obrigado pela atenção.
Boa noite Munir Abboud, concordo sim com Bourdieu quando este considera o sistema de ensino como uma instituição que promove a reprodução de uma cultura dominante. Infelizmente, ainda se percebe na atualidade que o espaço escolar prioriza um currículo no qual os valores culturais da elite são privilegiados, reproduzindo em sala de aula as desigualdades sócio-culturais da sociedade. Contudo, apesar e em decorrência da consciência da existência dessa realidade que ainda perdura no âmbito escolar, acredito firmemente que a atuação do professor é importante para, ao reproduzir esse arcabouço teórico com seus alunos, ele desejando e buscando meios para tal, seja capaz de construir o conhecimento com seus alunos apesar da utilização dessas bases. Não deixando de expor minha consciência dos inúmeros entraves pelo qual a docência perpassa, principalmente, no que tange a desvalorização de seu trabalho.
ExcluirQuando se fala na função da História e sua utilidade para a sociedade, questiona-se sua função em estudar o passado, no entanto, os historiadores compreendem que sua relevância está em estudar o passado à luz do presente. Exatamente por isso que nesta comunicação explicito o tema da alimentação diretamente ligado as suas representações intrínsecas nas classes sociais da Idade Média, aquelas em que a desigualdade é mais visível: a nobreza em contraponto com a população camponesa.
A abordagem apresentada prioriza, portanto, o conhecimento do dito tema relacionado com a realidade presente dos alunos, buscando suscitar que sintam que, apesar desta realidade distante tanto temporalmente quanto em suas características, possa ser compreendida em sua relação com a contemporaneidade de suas vivências. Por isso a relevância da criação de metodologias e ferramentas diferenciadas no âmbito escolar que vão além da confirmação de uma cultura de dominação, onde os alunos sensibilizados para sua posição como agente transformador possam buscar mudanças possíveis no quadro social vigente.
Agradeço sua contribuição, foi bastante pertinente.
Suellen de Lima
Ola Suellen, parabens pelo trabalho. Alem da Idade Media, e possivel trabalhar o tema da alimentacao em outros periodos historicos?
ResponderExcluirAtt,
Carlos Lopes.
Boa Noite Carlos Lopes,
ExcluirSim com certeza, meu primeiro contato com o tema da alimentação ocorreu ao apresentar um texto na faculdade que está contido no livro "Práticas alimentares no Mediterrâneo Antigo", uma publicação do NEA (Núcleo de Estudos da Antiguidade), sob a organização da Prof. Doutora Maria Regina Cândido. O tópico em questão era o da Abordagem Sócio-cultural da Alimentação no Egito Antigo: Quando Comer e Beber, Não é somente Beber e Comer, de Julio César Gralha. Esse texto oferece informações sobre as práticas alimentares no cotidiano das classes sociais no Egito. Posso salientar também uma obra bastante conhecida no âmbito do estudo sobre a alimentação, a obra "História da Alimentação" de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari, que debate a prática desde os primórdios da história humana até os dias contemporâneos, mostrando-se uma obra de referência, bastante rica e aprofundada sobre a temática.
Ambas as obras em suas discussões possuem temas passíveis de adaptação em sala de aula, principalmente, quando se percebe a possibilidade de trabalhá-los sob a perspectiva de que a alimentação é uma prática inevitável do convívio humano e reveladora de aspectos sócio-culturais diversos, repletos de simbolismos, mostrando-se uma abordagem interessante e possível para se debater com os alunos, no qual a alimentação constitui-se como uma prática comum em seu cotidiano, facilitando o desenvolvimento do debate em sala de aula.
Obrigada Carlos Lopes pela sua contribuição.
Suellen de Lima.
Muito interessante o seu trabalho Suellen, parabens.
ResponderExcluirGostaria de saber a sua opiniao sobre a nova Base Nacional Comum de Historia, que preve a diminuicao ou ate mesmo a extincao do ensino da Idade Media nas escolas. O que voce acha disso? Qual argumento voce utilizaria para defender a continuidade do ensino da Idade Medieval nas escolas?
Saudacoes,
Paula Andrade.
Obrigada Paula Andrade, boa noite.
ExcluirRealmente não concordo com esse posicionamento, acredito, que apesar da História do Brasil não ter passado pela experiência efetiva da Idade Antiga e Idade Média, é essencial que os alunos, a população brasileira tenha o conhecimento desses períodos. O Brasil foi colonizado por Portugal, país este que mesmo vivenciando a época dos descobrimentos, um período de transição do período medieval para a modernidade, certamente um período de instabilidade e transformações profundas, contudo, lentas. Foi ainda na posse da mentalidade medieval que o português estruturou a colonização no Brasil, tornamo-nos, irremediavelmente ocidentais, propagadores menos ilustres da cultura européia dominante. A Idade Média lançou as bases para a estruturação do que é o ocidente, de acordo com Hilário Franco Júnior, em sua obra "Idade Média- Nascimento do Ocidente", e ainda que muitos não percebam, é sobre elas que construímos a sociedade brasileira. Apesar da BNCC buscar romper com a dominadora perspectiva eurocêntrica e quadripartite da história, esta apregoa uma perspectiva maniqueísta, ao trocar os parâmetros eurocêntricos por uma centralidade na história do Brasil. O que quero expor, é que a inversão nos papéis não é a resposta às mudanças já discutidas e esperadas. Os historiadores propõe, e eu concordo, é que ocorra uma reestruturação no ensino de história, em que não ocorra uma eliminação de um aspecto por outro, mas, a necessidade de um equilíbrio, que vise primordialmente um currículo capaz de fomentar uma compreensão mais expressiva das estruturas formadoras da identidade brasileira.
desde já agradeço sua pergunta.
Suellen de Lima.
Boa Tarde Suellen
ResponderExcluirGostei muito da experiência e do seu texto. Gostaria de saber se o projeto foi aplicado e como foi o recebimento pelos alunos e como avaliar o aprendizado a partir dessa experiência?
Obrigada Zé Caetano, infelizmente ainda não foi aplicado, mas estou ansiosa para tal. Como esse método refere-se a uma aplicação durante o horário de uma aula, como um adendo para a fixação do assunto, espero conseguir ter um retorno positivo de resultados durante as avaliações, fazendo uma análise da metodologia a partir do termômetro das provas. Contudo, ainda podem ser utilizadas atividades e redação, pois esta representa a manifestação subjetiva do que o aluno absorveu do conteúdo.
ExcluirBoa noite.
Suellen de Lima.
Boa tarde Suelem!
ResponderExcluirprimeiramente parabéns pelo trabalho. sua abordagem é bestante interessante, queria saber se na aplicação do seu plano de ação você faz relações com a alimentação atual da sociedade, de acordo com a realidade dos alunos e quais o resultados você obteve, caso tenha aplicado o projeto.
Athos Linnus Marinho de Siqueira- athos_siqueira10@hotmail.com
Boa noite amigo, ainda não apliquei a metologia, mas pretendo, com certeza. Nem todos os temas históricos são passíveis de comparação, o que também é importante, exatamente porque o aluno tende a perceber as singularidades tanto do período distante que está estudando, quanto da realidade que o permeia. Mas o tema da alimentação representa um conteúdo possível e bastante interessante para a comparação com a realidade dos alunos, devido as práticas alimentares estarem presentes em seu cotidiano, dessa forma espero explicitar aos discentes as principais representações sócio-culturais e simbolismos presentes no ato de comer.
ExcluirObrigada Athos pela pergunta!
Boa noite.
Suellen de Lima.
Olá Suellen, é sempre muito legal trabalhar com alimentação em sala de aula, pois é algo que está presente em nosso cotidiano. Considerando a entrada de profissionais recém formados e até mesmo das formações oferecidas aos professores que já atuam na rede de ensino, por que muitas vezes o ensino de História Medieval continua sendo apresentado ao aluno de forma "mecânica" ? E por que os livros didáticos trazem tão pouco dessas novas perspectivas?
ResponderExcluirAtt.
Rosiane Kozanda
Olá Rosiane, concordo com você, trabalhar com o tema da alimentação possibilita resultados interessantes. As duas perguntas feitas por você se relacionam. Infelizmente o ensino básico ainda privilegia um currículo permeado pela cultura dominante das elites, e esse fator influencia na elaboração dos livros didáticos. Para além disso, eles têm que suprir as exigências dos vestibulares e Enem, dificultando variações nos conteúdos já amplamente estabelecidos, limites estes aparentemente intransponíveis, contudo apesar da complexidade que envolve esse contexto, as mudanças não são impossíveis e um movimento consciente de renovação está acontecendo, só que de maneira bastante lenta e gradual.
ExcluirO quadro complexo que envolve o processo da educação e suas problemáticas representam a realidade que os professores têm que gerir, e muitas vezes estes acabam sendo absorvidos, consumidos por esses problemas, ficando visível sua reflexão na sala de aula durante a ministração de aulas engessadas e superficiais. Contudo penso que os docentes atuais recém formados, assim como aqueles que já possuem experiência em sala de aula podem e devem recorrer a ferramentas e metodologias diferenciadas pra otimizar a dinâmica com os discentes, principalmente quando se trabalha temas distantes temporalmente como a Idade Média, buscando para além de trabalhar um conteúdo, formar alunos com consciência histórica.
Obrigada e boa noite.
Suellen de Lima.
Na idade média, quem fazia as refeições da nobreza, eram os servos ou a mulher da casa?
ResponderExcluirAlana Abuquerque
Boa noite Alana, a mulher possuía inúmeras funções no cotidiano familiar, contudo, a preparação dos alimentos não representa uma de suas funções primordiais, o que ocorria normalmente, é que a mulher era responsável pela gestão dessa e outras atividades domésticas. Além dessa peculiaridade, as mulheres poderiam, sob a gestão ou não do marido, ocupar postos de trabalho de relevância, como exemplo, professoras, médicas, comerciantes, demonstrando uma certa autonomia diante de uma sociedade em que prevalecia o contexto patriarcal.
ExcluirObrigada pela indagação. Thau!!
Suellen de Lima.
Olá Suellen, tudo bem?
ResponderExcluirGostaria de saber quais possibilidades, na sua opinião, se apresentam em perspectiva para que os alunos estabeleçam alguma relação entre o conteúdo observado e o seu cotidiano particular, quero dizer, você espera que os alunos relacionem alguns tipos de heranças culturais, tais como códigos de comportamento, hábitos alimentares, etc. ao fim da exposição? Que ferramentas você acredita que sejam possíveis para alcançar tal objetivo?
Parabéns pelo seu trabalho, é, realmente, uma proposta muito bacana (confesso que vou roubá-la para a minha turma do 7º ano! rs).
Obrigado pela atenção,
André Moreira da Silva.
Olá André, tudo bem! Sim, esse é um dos principais objetivos que espero alcançar, fomentar a a relação da temática com o contexto de suas vivências e em consequência com suas identidades culturais, certamente que isso não é uma tarefa fácil diante das múltiplas realidades existentes no âmbito de uma mesma sala de aula. Penso que uma das principais ferramentas utilizadas para alcançar este objetivo, está contida acima de tudo na boa vontade, na disposição em conhecer minimamente os alunos, claro que nós sabemos que o tempo de trabalho do professor é bastante limitado, mas ainda sim é possível. E a partir desse conhecimento básico que se consegue obter dos discentes, inúmeras possibilidades se abrem, tanto para o cotidiano profissional do docente, quanto para a fomentação de uma relação de diálogo mais expressiva com os alunos. As vezes o simples fato de você saber uma preferência peculiar do seu aluno é capaz de promover o estabelecimento de uma relação de confiança, de ajuda mútua.
ResponderExcluirObrigada pela sua colaboração, foi importante, pois me fez refletir, espero que minha resposta possa suscitar o mesmo. Ah! E eu realmente espero que você utilize com seus alunos, isso me deixaria muito feliz, espero que possa ajuda-lo durante suas aulas.
Thau. Suellen de Lima.