Vitor Frasca

O OFÍCIO DO HISTORIADOR, O ENSINO DE HISTÓRIA E AS SUAS FERRAMENTAS

Vitor Angelo Cardozo Frasca



A história do homem sempre esteve ligada ao choque e troca de culturas, intercâmbio de experiências. Cada civilização diferente da outra, quanto à linguagem, as técnicas, habilidades e costumes, tornando possível o surgimento de novas interpretações e o nascer de novos olhares. Um grande ponto a ser enfatizado é que a história foi, é e sempre será construída de forma rica e de forma sumariamente importante através das diferenças.

A atualidade está "neblinada" pelos padrões considerados, onde os humanos parecem iguais e "condenados" a ter que viver de forma equivalente e contemplando a vida numa "cela", parafraseando a canção interpretada por Zé Ramalho intitulada, Admirável Gado Novo, isso parece caótico e, sobretudo medíocre, diante da capacidade do que o homem é capaz de pensar e produzir.
Para entendermos um pouco melhor, pedimos ajuda a Adorno e Horkheimer que dizem:

As coisas chegaram ao ponto em que a mentira soa como verdade e a verdade como mentira. Cada declaração, cada notícia, cada pensamento está preformado pelos centros da indústria cultural. O que não traz a marca familiar dessa preformação está, de antemão, destituído de credibilidade (...) (ADORNO, 1993, p. 94).

Percebemos assim que os meios de comunicação de massa atuam como uma venda nos olhos do povo, tendo como exemplo, a letra de Televisão, canção interpretada pelos Titãs, "A televisão me deixou burro, muito burro demais (...) agora todas coisas que eu penso, me parecem iguais (...)".

O conteúdo, que é selecionado pelos meios de comunicação, não é de qualidade construtiva ou não apresentam substancialmente uma forma de estruturar ideais de melhoria e evolução na forma de pensar, pois não se trata de sua conveniência, e sim uma defesa de seus interesses restritos e longe dos domínios da massa, concomitantemente com o pensar de Cohen (1963, p. 13) "Na maior parte do tempo, [a imprensa] pode não ter êxito em dizer aos leitores como pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que pensar"

Assim, como o historiador, o professor de história deve se ater às imensuráveis realidades adquiridas com o tempo pela sociedade. Compreender o "mundo" de seu discente na forma de entender o seu comportamento e estar disposto a um "embate" sadio em sala de aula, uma vez que hoje, a tecnologia está a favor de todos e abastece o ser humano de qualquer quantidade e conteúdo. Nesse ponto verificamos a funcionalidade do professor. O filtro, a análise e as conclusões dialéticas, aquelas passíveis do surgimento de novas ideias, trarão luz e promoverão o discernimento dos fatos e o que acontece na realidade.

Nesse ponto, podemos ressaltar que, para entender esse processo se faz necessário, o querer, o desprendimento, do que é ilusão ou do que é imposto como verdade, assim como no mito da caverna de Platão, mesmo que lhe apontem o que seria como verdade, como luz, é preciso querer direcionar os olhos para outro horizonte, uma paisagem de novas expectativas, impressões e experiências. Para tal, também é conveniente, que o ser aprenda que lhe permitido o benefício de escolher o que se quer, assim como nos enfatiza Jean Paul Sartre, "o homem está condenado a ser livre" ou "(...) somos nós mesmos que escolhemos nosso ser".

O grande desafio da história e da filosofia circunda nos terrenos à margem da conformação humana, como uma fuga daquela percepção automatizada quase sempre já pré-disposta que nos mergulha na obviedade das coisas, dos fatos e das pessoas que os produzem, esse efeito nos faz estagnar nas áreas do desenvolvimento crítico e do verdadeiro conhecimento.

A busca por novas respostas deve ser incessante, a curiosidade deve ser combustível para a alimentação de novos horizontes, com a íris renovada a cada ângulo que se apresenta como novo. Consideramos duas ferramentas para auxiliar o ensino de História e Filosofia em sala de aula: uso da imagem e da música.

Durante certo período, os amantes e os envolvidos questionavam a História e os seus colaboradores essenciais, os historiadores, sobre as diferentes formas como ela se apresenta às pessoas. O que deve ser compreendido é que circunda a ideia de que a história não se transforma, mas sim que ela, sofre acréscimos de visão, tornando algo acessível e que estava oculto sobre determinado recorte histórico. Devemos também considerar que todos os fatos necessitam de análise por parte de quem os verifica, quanto à sua intencionalidade, objetivo de produção e a imparcialidade que corresponde à importância de sua fonte. Sabemos que imagens são produzidas, construídas e propagadas, como menciona Burke (2004. pg.94):

Muitos heróis menores são celebrados com estátuas em locais públicos, de tal forma que um censo da população de estátuas de determinada cidade como Londres ou Paris, observado o balanço entre generais, políticos, poetas e outros tipos sociais, pode revelar algo de importância a respeito da cultura política local (mediado, certamente, pelos comitês que encomendaram  as estátuas aos escultores).

Percebida esta prática, cabe a quem observa as imagens, enxergar os reais motivos pelos quais foram feitas, os porquês e as razões de efetivação da importância de tal imagem. "O quanto a interpretação dessa imagem será significante para o prosseguimento deste estudo?". "Qual o sentido de cada imagem e como esta pode tornar-se uma evidência histórica?". "O que torna tão preponderante no que consiste em reconhecermos o que houve no passado?". Utilizando-se das imagens para tentá-lo "montá-lo como um quebra-cabeça", de forma a ilustrar o que às vezes uma fonte textual por mais detalhista que se verifique, não alcance tais níveis de reprodução.

Os historiadores devem ter como ferramentas, análises que proporcionem evidência, mas para isso é necessário o desenvolvimento de métodos de trabalho baseado nas criticas das fontes. O fato é que, as imagens têm o seu espaço dentro da cadeia de fontes históricas a serem analisadas, assim, tal qual a importância equivalente aos textos literários e também aos testemunhos orais.   Sintetizando, as imagens são feitas para comunicar e trazem consigo a possibilidade de "remontar" o passado para que possamos melhor compreendê-lo e, desta forma, torna-lo visível o que aparentemente parece não existir.

Pensando que a história transforma seus olhares e sua forma de construção e não descarta o que já fora construído, realiza uma aproximação cada vez maior com o cotidiano, uma história "vista em seu primeiro estágio" da base social, rechaçando a importância da vida das pessoas que aparentemente parecem ser comuns. Aqui se encontram o valor das fotografias como grande ferramenta de evidência histórica.

Sendo assim, todas as imagens que compõem determinado fato histórico podem transmitir uma gama diferenciada de conceitos e ideias, porque o que de fato determina a sua importância é o olhar do historiador, qual ângulo não aparente que pode trazer a luz do conhecimento sobre o que era desconhecido, o que é somente mera suposição e que de fato acontece em cada ilustração, imagem, gravura ou semelhante fonte histórica.

Sobre o monumento histórico da Estátua da Liberdade criada pelo francês Frédéric Auguste Bartholdi, nos Estados Unidos em Nova York em 1886, Burke (2004. pg.78) afirma:

As correntes quebradas às seus pés, um atributo tradicional de Liberdade, revelam sua identidade, ao passo que a luz na mão refere-se à concepção original do escultor de "Liberdade iluminando o mundo". A mensagem política da estátua se torna explícita para aqueles que conseguem lê-la, pela tabuleta que ela segura, onde se lê "4 de Julho de 1776". Quaisquer que tenham sido as ideias do escultor francês, os indícios iconográficos levam a conclusão de que a Revolução Americana está sendo publicamente sendo celebrada, antes que a Francesa."

Na vertente política, verificamos as formas como são retratados os diferentes tipos de regimes que existem: os regimes comunista e socialista priorizam pelas imagens e preferem idealizar enfoques relacionados à defesa do trabalho, utilizando até de recursos físicos, como os próprios trabalhadores.

Podemos dizer que o regime capitalista se apropria da imagem de avanço e evolução baseado na capacidade de produção e consumo. Ambas, mesclando sempre a necessidade, como a de produzir cada vez mais em menos tempo e, consequentemente, criar a dependência de consumo nas pessoas, como se esta fosse uma das atividades fisiológicas do ser humano.

Quando nos deparamos, por exemplo, com o conceito do Anarquismo, é hábito ver as pessoas equivocadamente produzirem uma imagem de que esse trata um tipo de regime político que represente a desorganização coletiva, uma verdadeira "bagunça social", quando na verdade o que esse tipo de regime apresenta é uma proposta de um cooperativismo devidamente organizado, sem presença do Estado e ampla liberdade religiosa, pensando sempre na sua eficácia e no equilíbrio entre todas as partes que o compõem.

Ao me propor em realizar algo diferente nas aulas de história, arrisquei-me utilizando a música, como ferramenta para despertar o interesse, que em muitos é inexistente em nossa disciplina, tive preferência em entrar munido de um instrumento não muito utilizado em aulas comuns, afinal aquela aula tinha como objetividade, não ser uma aula normal, justificar a importância do tempo e da história no cotidiano das pessoas e de sua sociedade. O violão serviu-me como ferramenta para exemplificar o tempo, remontando os pensamentos de Santo Agostinho. O tema da aula: o tempo. Para Agostinho, a única forma de verificarmos a existência do tempo seria através da análise do tempo presente, presente na alma, dividido em três partes:

Mas o que agora parece claro e manifesto é que nem o futuro, nem o passado existem, e nem se pode dizer com propriedade, que há três tempos: o passado, o presente e o futuro. Talvez fosse mais certo dizer-se: há três tempos: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro, porque essas três espécies de tempos existem em nosso espírito e não as vejo em outra parte. O presente do passado é a memória; o presente do presente é a intuição direta; o presente do futuro é a esperança. (AGOSTINHO, 1964, XI, 20, 1)

Ao iniciar uma das canções, percebi que até mesmo os discentes, que preferem a "companhia" do celular, interromperam sua rotina para ouvir e despender de sua atenção ao explicar o que estava ocorrendo: as três passagens do tempo, propostas por Santo Agostinho, a percepção, sendo o momento de reflexão sobre a atividade, a expectativa de todos em saber qual música estava sendo executada e a memória se construindo uma vez que a aula estava por seu final. Uma vez alcançado o objetivo, a dinâmica da aula também foi direcionada a outras turmas.

Referências bibliográficas
ADORNO, T.W., HORKHEIMER, M. Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas. In Dialética do esclarecimento 2.ed. Trad. Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1986.
COHEN, Bernanrd. The Press and Foreign Policy. Princeton, NJ: Princeton University Press. 1963.
SARTRE, Jean-Paul.  L'Éxistentialisme est un Humanisme. Paris: Nagel, 1946.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Tradução de Vera Maria Xavier dos Santos. Revisão técnica Daniel Aarão Reis Filho. Bauru: Educs, 2004.

AGOSTINHO, Santo. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.

21 comentários:

  1. Ola caríssimo,

    Sabemos que hoje somos bombardeados por diversos estilos e ritmos musicais, alguns deles caem na preferencia dos adolescentes. Qual foi o critério utilizado para escolher o ritmo da musica para que fosse agradável aos alunos? Foi perceptível o aprendizado com esse método?

    Grato,

    Daniel Costa Lisboa

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    1. Olá, caro Daniel, tudo bem?

      Para execução dessa atividade eu escolhi "Pescador de Ilusões" do Rappa, por apresentar em seu conteúdo excelente reflexão, inclusive podendo ser de utilização interdisciplinar. Quanto ao resultado, digo que obtivemos um resultado muito positivo, além da participação dos alunos que cantaram junto, despertando curiosidade em outras salas (rs). Eu recomendo, uma abordagem desse tipo!

      Obrigado pela questão!

      Boa sorte em sua caminhada.

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  2. Texto incrível! Excelentes observações sobre as estátuas e suas motivações distintas, bem como do perigoso alcance midiático e cada vez mais real, além de uma conclusão sobre a utilização da música em sala de aula, através de uma reflexão inteligentíssima sobre a questão do “cronos” em Agostinho - privilégio de seus alunos! Minha questão é simples e trata-se mais de um comentário: O senhor não acha que, de repente, não falte recurso ou tempo, ou ainda ideias, já que só aqui no simpósio ou mesmo com o grande advento da internet temos um mundo de opções, mas sim VONTADE a alguns professores? Não sei nem se o termo seja vontade, ou coragem, ou disposição, mas vejamos: o senhor não ganharia menos horas-aula se apenas burocraticamente apresenta-se a aula sobre o tempo com outra perspectiva, entendeu? Mas o senhor QUIS fazê-lo desta forma. Meu questionamento envolve, acredito eu, uma análise mais basilar, ao indagar sobre que tipo de "professores" temos enviado ao mundo da sala de aula e se de fato muitos não têm deixado de buscar esse algo a mais. E daí claro, poderíamos fazer análises e mais análises sobre estímulo etc, mas não perderemos o foco. Grato pela leitura! Ass.: Thiago Braga, RJ, tlsbraga@hotmail.com (UNIRIO).

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    1. Olá, caro Thiago! tudo bem? Como vai a batalha diária?
      Inicio a minha resposta, primeiramente agradecendo seu comentário e enviando a você minha estima. Penso que na atualidade, diante de todas as dificuldades que o professor enfrenta (baixos salários, desvalorização social e profissional, falta de recursos materiais, e outros tantos), acredito que só permanecerá ou perpetuará seu trabalho de ensinar, os professores que fizeram a escolha de por em paralelo todas as barreiras que já citei, e conseguir sentir satisfação intrínseca de que a cada esforço seu, é um bom reflexo na sociedade em que você sonha. SER PROFESSOR É UMA ESCOLHA. Se a fez, faça de forma completa. Confesso que já pensei na desistência, mas a minha ideia de teleologia é muito mais forte, há uma finalidade, um objetivo e nós só precisamos de um único motivo pra continuar tentando: o de acreditar no melhor das pessoas!

      Espero ter colaborado e acrescentado positividade à questão
      Abraço

      Vitor Angelo C Frasca

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  3. Boa tarde, exelente texto. Existe outras ferramentas que possam despertar a atenção dos alunos? Gislaine Adelino

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    1. Olá! Cara Gislaine, como vai? Tudo bem?
      Obrigado pela leitura. Na verdade, acredito no uso combinado de música, filmes, histórias em quadrinhos e dinâmicas de grupo, principalmente na correlata Filosofia. O desafio, antes de tudo é adequar a ferramenta, o conteúdo e a abordagem.

      Abraço
      Vitor Angelo C. Frasca

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  4. O que seria o ofício do historiador? Gislaine Adelino

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    1. Olá! Cara Gislaine!
      Penso que no ofício do historiador, consiste a missão de ampliar os horizontes dos leitores, alunos e professores, transformando-os e criando capacidade de análise dos vários e possíveis ângulos, a partir de um determinado fato. Correlaciona-se com a ideia de instigar ao senso crítico e a busca por novas versões de ideias/fatos já existentes e outras a serem exploradas.

      Abraço
      Vitor Angelo C Frasca

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  5. Olá Frasca. Interessante texto. Ele fez resgatar em minha mente questões relacionadas ao tema do Documento/Monumento elucidado por Jacques Le Goff. Confesso que nunca havia lido esta obra citada de Peter Burke, o que me faz muito feliz, pois assim tenho a oportunidade de ampliar minhas referências bibliográficas. Atualmente me dedico a minha pesquisa de Mestrado e, portanto, acabei me distanciando de alguns pontos historiográficos pelos quais me interesso, sobretudo Teoria da História e História Cultural, cujo seu texto aborda bastante, ainda mais no que diz respeito à História das Ideias. Temas estes que instigam minha curiosidade.

    Ao longo de minha leitura, verifiquei elementos relacionados aos discursos sociais e o modo pelo qual os mesmos dialogam com estes documentos/monumentos, enquanto instrumentos fomentadores de noções de verdade, bom e correto, presentes na obra de Michel Foucault, "Ordem do Discurso". Desta maneira, os documentos em que nós historiadores nos debruçamos estão carregados de objetivos, intencionalidades e potencialidades memorialísticas, à medida que são produtos de estruturas sócio-culturais ou memórias coletivas de dado contexto histórico, moldando uma espécie de moral em meio a uma relação de dominadores e dominados, efetuados pelas instituições proeminentes. Principal exemplo, ao longo da historiografia, é justamente a Igreja Católica. Enfim, estas são questões que nos fazem repensar as fontes históricas e salientar a necessidade de crítica e desconstrução técnica dos documentos, apontando os discursos que tal contexto sócio-cultural lhe produziu. Algo que é próprio do Ofício de Historiador. Portanto, estes são elementos importantes para serem trabalhados em sala de aula, uma vez que conectam o meio acadêmico e teórico historiográfico ao ambiente escolar. Assim, busco saber do senhor, quais os melhores métodos e procedimentos para que nós professores sejamos capazes de transmitir o conhecimento elucubrado acima, sem tornar a aula entediante e ao mesmo tempo compreensível pelos alunos?

    Abraços,

    Everton de Souza Teixeira.

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    1. Olá! Caro Everton, tudo bem?
      Obrigado pela leitura e a estima. Tentando responder a sua questão, acredito que devemos avaliar periodicamente e fazer uma auto-análise de nosso trabalho, algo como: será que a minha aula é produtiva? Desperta o interesse e curiosidade? Como gostaria que os meus alunos lembrassem das aulas?...As respostas quase sempre são relacionadas com a vivência de cada sala de aula, pois compreendo que nossa primeira tarefa, circunda na capacidade de avaliar o mundo de nossos alunos. Necessário será fazer parte do mundo deles, assim você quem sabe de algum modo poderá compreendê-los e programar suas ações dentro de sua aula!

      Boa sorte na caminhada

      Abraço
      Vitor Angelo C. Frasca

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  6. Boa noite,gostei muito do seu texto.
    Observei em partes da obra que, a quantidade de informação que a sociedade recebe diariamente muitas delas não são verdadeiras mas não que ela deva se descartada, pois segundo Marc Bloch o historiador é como o ogro da lenda, que fareja carne, sabe que ali está a presa. Então, gostaria de saber o que o motivou a trabalhar canções em sala de aula com seus discentes, sendo que os jovens de hoje em dia preferem as redes sociais, filmes, cinemas, esportes e quais os resultados alcançados com esses discente quando você trabalhou com música? É a primeira vez que você fez isso? você recomendaria esse método para professores que querem deixar a aula mais dinâmica, mais participativa?

    Att. Weleke Alves da Silva

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    1. Olá! Caro Weleke, tudo bem?
      Agradeço o comentário e recomendo esse tipo de ferramenta para qualquer disciplina. É possível obter resultados muito positivos. Quanto à ideia de utilizar a música para trabalhar em sala de aula, ela surgiu de uma pergunta que fiz para mim mesmo: que tipo de aula eu gostaria de ter, se estivesse no Ensino Médio? A partir daí, fui utilizando de outras alternativas (dinâmicas, filmes, paródias, poesia, teatro) que poderiam causar um efeito significativo nos alunos. O segredo está nos olhos do observador, assim você pode planejar quais tipos de atividades e em quais salas você pode aplicar suas alternativas de aprendizagem.

      Abraço

      Vitor Angelo C. Frasca

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  7. Boa noite professor, gostei bastante do seu texto. Penso que o professor deve utilizar-se de diferentes meios para transmitir o conhecimento histórico para os estudantes. Admito que gostaria de saber tocar violão, mas ainda pretendo aprender e levá-lo para a sala de aula. É notório também a necessidade de fazer a crítica àquilo que é transmitido nas mídias e que acabam se tornando "verdades absolutas" para os jovens que muitas vezes só têm contato com uma versão dos acontecimentos. Não me estendendo muito, minha inquietação reside no fato de como inovar nas aulas sem o aparato necessário, bem como, como fazer uma crítica do que é vinculado nas mídias sem parecer que estou defendendo um grupo em detrimento de outro?

    Grata, Adrielle dos Santos Silva

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    1. Olá! Cara Adrielle, como vai? Tudo bem?
      Agradeço sua leitura e saúdo sua questão e tento aqui contribuir na tentativa de respondê-la. Ao iniciar, qualquer uma de minhas aulas seja em qualquer disciplina, eu me atento em avisar os discentes de que todo conteúdo a ser transmitido durante a mesma, se configura como alternativa de visão, que apresentam "combustível" para outras novas ideias e posicionamentos. Ainda assim, acredito que é difícil ser completamente neutro a qualquer fato/ideia, mesmo porque o professor também é um cidadão quem tem suas opiniões próprias, mas quanto maior o afastamento das questões, maiores e mais opções os vossos alunos terão de compreensão dos temas/fatos/correntes.

      Espero ter colaborado positivamente.

      Abraço
      Vitor Angelo C. Frasca


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  8. Olá, professor. Achei o texto do senhor muito interessante.
    Quando o senhor diz que “a história não se transforma, mas sim que ela, sofre acréscimos de visão”, quer dizer que a História como produtora de conhecimento científico é acrescida de novas histórias, ou visões, pode ter uma aparência de um quebra-cabeça, que vão se juntando peças para formação de um todo incompleto? Nesse sentido, aproveito para perguntar se o senhor acredita que o conhecimento histórico é muito mais uma condução científica do que um resultado científico?
    Grato, Renan Lourenço da Fonseca

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    1. Olá! Renan, tudo bem?
      Obrigado pela estima. Na tentativa de respondê-lo, digo que em meu prisma, o conhecimento histórico é de suma importância para a construção do ser humano, o que vai além do científico, passa a ser um conhecimento de si mesmo, assim como na Filosofia que sempre está conectada com a História na tentativa de guiar os homens pela estrada da descoberta e da busca.

      Abraço

      Vitor Angelo C. Frasca

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  9. Olá, Vitor. Tudo bem?

    Parabéns pelo seu texto, muito interessante.

    Tendo em vista que também sou professor, me identifiquei muito com seu texto. No que diz respeito à análise crítica de imagens e representações, me recordei do debate proposto por Paulo Freire, que apontou as questões da ética e da estética na abordagem crítica dessas obras: a imagem pode ser bela, no entanto nem sempre contém um valor ético, pois não se aproxima da “realidade”. Por outro lado, analisando sua proposta do trabalho com outra forma de representação artística, a música, também acredito que deva existir esse senso crítico, pois as cações também foram compostas em determinados períodos e representam certos pressupostos ideológicos. Nesse caso, como você sugere que seja feita a abordagem crítica das canções? Ou seja, você chega a utilizar músicas que apresentam postos de vista opostos sobre determinado período, ou você compõe canções para trabalhar em sala de aula.
    Muito obrigado.
    Abraços,
    Mário Fernandes Ramires
    São Paulo - SP

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    1. Olá! Mário, tudo bem?
      Obrigado pela leitura. A utilização da música como instrumento de aprendizagem torna a sua aula muito rica e pode trazer benefícios a curto prazo. Você me perguntou sobre a composição de músicas para determinados conteúdos, e digo que no conteúdo de Filosofia, eu faço isso na tentativa de promovê-los a importância de aprendizagem do conteúdo filosófico que muitos questionam o por quê? Quanto a interpretação das músicas de outros autores, prezo sempre pela interpretação do que ouvem, na tentativa de sensibilizá-los da importância do senso crítico e reflexivo.

      Espero ter contribuído.

      Obrigado
      Abraço
      Vitor Angelo C. Frasca

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Olá Vitor. Excelente texto. Realmente nota-se que a maioria dos alunos apenas memorizam os conceitos substantivos sem a utilização das ideias de segunda ordem. E o trabalho com imagens e músicas instiga os alunos a proporem suas ideias com senso crítico. Porém percebe-se que é um método que ainda não é bastante utilizado, mas que torna a aula bem mais proveitosa, destacando que é um uso que vem sendo bastante discutido, e por isso você acredita que o uso dessas ferramentas pode ter um aumento no futuro? Na sua opinião é dever apenas do professor procurar ferramentas mais instigantes?

    Att, Fernando Nogueira Resende.

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    1. Olá! Caro Fernando, tudo bem? Como vai?
      Obrigado pela estima. Acredito que a educação se tornará brevemente um desafio ainda mais instigante e de difícil realização, pois a "concorrência" com a tecnologia de bolso, será quase irredutível. Se o modo de ensino não for repensado, os alunos cumpriram o protocolo de se deslocar até a escola apenas pela presença e investiram em uma educação instrutiva que de forma (positiva ou negativa) a internet lhes oferece. A transformação vai além do recurso humano e deve alcançar o sistema. Espero ter contribuído à questão.

      Abraço
      Vitor Angelo C. Frasca

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