REFLEXOS DA DITADURA MILITAR NO ENSINO DE
HISTÓRIA
Thaísa Caroline Falcão
O ensino de história na ditadura militar
A ditadura militar foi
o período compreendido entre 1964 a 1985, em que os militares governaram o
país, através de um golpe de estado. Esse golpe deu-se em 31 de março de 1964.
Esse momento da história brasileira, foi caracterizado pelo autoritarismo, censura
perseguições, torturas e prisões. O país foi governado por cinco presidentes
militares, eleitos de forma indireta pelo Congresso Nacional e com poderes
praticamente ilimitados.
Nesse sentido, a ditadura significou para a história do país duras transformações marcadas pela luta e resistência. Para legitimação do governo era necessário mudar a ideologia vigente do país. Tornavam-se então, necessários instrumentos de doutrinação. Nesse sentido a educação, por meio da escola funcionaria como uma grande agência de doutrinação.
Visando isso, no período em que os militares estavam no poder a educação brasileira passou por duas reformas. Em 1968 nas universidades, e em 1971 no ensino básico. Onde por exemplo, foram criadas disciplinas como OSPB (Organização Social e Política do Brasil) e Educação Moral e Cívica. No que refere-se ao ensino de história, a disciplina passou por grandes mudanças que estão ligadas à uma série de medidas tomadas durante o regime militar.
O ensino de História passaria por medidas restritivas, tanto no âmbito da formação como também na atuação dos professores. Os programas curriculares seriam reorganizados no sentido de exercer controle ideológico e eliminar as possibilidades de resistência ao regime autoritário. (BERTOLLETI, V. A; COELHO, J. P. P; COELHO, M, P., 2009)
Dentro desse quadro de
mudanças, na educação superior, através da Lei 5692/71, foi estabelecido o
funcionamento e organização dos cursos de licenciatura curta. No contexto,
passou-se a exigir uma graduação rápida para atender a uma maior demanda de
professores. Essa formação curta de profissionais, consequentemente resultaria
em educadores menos qualificados, autônomos e críticos.
Na onda das licenciaturas curtas, instaurou-se o curso de Estudos Sociais, que formava professores “habilitados” na área de ciências humanas no tempo de um ano e meio.
Essa intervenção pode ser constada particularmente em dois aspectos: na desqualificação dos professores, sobretudo na área de Ciências Humanas, e na reorientação dada as disciplinas afins – a História em particular – desde a diminuição de suas cargas horárias até a redefinição de seus conteúdos. No primeiro caso, a intervenção deu-se através da implantação das licenciaturas curtas, com o intuito de atender as carências do mercado, bem como a fusão da História e da Geografia, com a criação de cursos de Estudos Sociais. A criação dos cursos de Estudos Sociais, por sua vez, ocasionou um empobrecimento da qualidade, formando professores pouco aparelhados teoricamente, tanto em história, quanto em geografia (CERRI, 2003, p. 40).
Foi instaurada em 1971, a disciplina denominada Estudos Sociais, na qual abordava-se História e Geografia juntas. Essas disciplinas somem de cena no currículo escolar, nesse período, e tornam-se integrantes dos Estudos Sociais.
Quanto a forma de
ensino, era baseada nos livros didáticos. Esses, eram livros controlados pelo
Estado, e que davam uma ênfase muito forte na cordialidade, na perspectiva de
atender aos ditames do Estado. Tais livros didáticos passavam pelas mãos dos
militares e precisavam de um “selo” de aprovação para circular nas escolas. Dos
livros aos conteúdos e objetivos a se alcançar, tudo passava pelas mãos do
regime militar. Os professores passaram a ser dependentes do material didático.
Nos livros didáticos de História, agora Estudos Sociais, houve a diminuição dos
conteúdos, por um historiografia focada na história econômica em detrimento da
história social.
A criação dos “Guias
Curriculares”, teve como objetivo nortear o professor em sua prática cotidiana,
pois no “Verdão” o professor encontraria a sua disposição, uma listagem dos
conteúdos que “deveriam” ser trabalhados em cada série, além dos objetivos
propostos para cada assunto, uma vez que a junção de História e Geografia em
“Estudos Sociais” provocou entre os professores um total descompasso quanto a
forma de ensinar e o que ensinar, já que a mistura entre os conteúdos foi muito
grande. (PLAZZA; PRIORI, 2008)
Não só na História, ou
a Geografia, agora englobadas nos Estudos Sociais, mas o ensino como um todo
estava a serviço do governo em vigor, sua organização de ensino servia
primordialmente para legitimar a ideologia do regime militar. Não havia a
necessidade nesse contexto de formar alunos críticos e autônomos no
conhecimento, mas sim, meros subalternos do Estado.
Passou-se a ensinar História como “apêndice” dos Estudos Sociais. A disciplina dividia espaço com o ensino de Geografia, OSPB, Sociologia, Antropologia e, ainda o Ensino Religioso e Educação Moral e Cívica. Ocorrendo, uma total descaracterização das especificidades que caracterizam as Ciências Humanas (HILSDORF, 2003).
Passou-se a ensinar História como “apêndice” dos Estudos Sociais. A disciplina dividia espaço com o ensino de Geografia, OSPB, Sociologia, Antropologia e, ainda o Ensino Religioso e Educação Moral e Cívica. Ocorrendo, uma total descaracterização das especificidades que caracterizam as Ciências Humanas (HILSDORF, 2003).
Reflexos da ditadura militar no ensino de
história: A Escola sem Partido
Em 1985, após a
anistia e o fim da censura aos meios de comunicação, com um governo
enfraquecido e o apelo da sociedade através do movimento Diretas Já, a ditadura
militar chegou ao fim. Porém, seus efeitos ainda refletem em nossa sociedade.
Hoje, 52 anos após o
golpe, observa-se que na educação, no que tange especialmente a disciplina de
História, ideias presentes no regime militar ainda se fazem presente. Trata-se de uma ONG criada
em 2004, chamada Escola sem Partido, uma iniciativa que procura combater a
“contaminação político-ideológica” na educação em escolas, colégios e
universidades brasileiras. Segundo Miguel Nagib, coordenador da associação informal:
A pretexto de transmitir aos alunos uma
“visão crítica” da realidade, um exército organizado de militantes travestidos
de professores prevalece-se da liberdade de cátedra e da cortina de segredo das
salas de aula para impingir-lhes a sua própria visão de mundo.
Essa organização
basicamente, conta com pais, alunos e educadores que simpatizam com suas
ideias. No site da Escola sem Partido, estão claros os objetivos a que o
movimento se propõe:
Lutamos:
§pela descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas;
§pela descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas;
§pelo respeito à integridade intelectual e
moral dos estudantes;
§pelo respeito ao direito dos pais de dar
aos seus filhos a educação moral que esteja de acordo com suas próprias
convicções;
Esses objetivos estão
organizados em contraposição a temas transversais como política, discussões de
gênero, orientação sexual, ética, trabalho e consumo, etc. Segundo o movimento,
esses temas não deveriam ser tratados em sala de aula, pois, trazem por parte
do professor, um teor de doutrinação e “assédio ideológico”. Além do professor,
o livro didático também deveria ser investigado, pois, constitui marcas da
perspectiva adotada pelo professor em suas aulas. Portanto os livros didáticos
e paradidáticos deveriam passar por uma análise sobre o caráter ideológico e
moral que possuem.
Em março de 2015, foi apresentado pelo deputado Izalci (PSDB/DF), o Projeto de Lei nº 867/2015 que propõe a inclusão do Projeto Escola sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional. Com isso, objetiva-se que o ensino não “discipline” o aluno a determinada orientação política ou conduta moral. Além desse projeto de lei, outros cinco entraram em pauta em busca da “neutralidade” na educação.
Analisando o projeto, percebe-se um discurso muito próximo ao que vivenciou-se na educação nos Anos de Chumbo. No qual o professor não tinha o direito de liberdade de expressão no exercício da prática docente. Em que não tinha-se a preocupação em despertar a criticidade nos alunos, uma formação de cidadão crítico. O uso do livro didático também era controlado pelo Estado, desde a sua escolha. Observa-se, após 52 anos de ditadura militar, a intenção de retirar da disciplina de História sua identidade. E questão do porquê de se ensinar História nessas condições.
Considerações finais
A educação brasileira
já passou por várias transformações, da ditadura militar a atualidade. Em meio
às transformações o professor continua sendo desvalorizado profissionalmente,
com salários baixos e condições precárias de estrutura para desenvolver seu
ofício.
Com a Escola sem Partido e os projetos de lei em pauta, pretende-se tirar do docente o que foi conquistado há 30 anos atrás, no final da ditadura militar, o direito da liberdade de expressão. Trata-se de um retrocesso. Em que o conhecimento passa a ser transmitido de maneira “neutra” e não construído com reflexões entre professor e aluno. Além disso, o que é proposto é um ensino descontextualizado da realidade, uma vez que não poderia tratar-se de temas em voga na sociedade. Realmente parece que não é só em protestos que vemos o desejo da volta da ditadura, esse desejo parece mais vivo em ser implantado em nossas escolas.
Contudo, vivemos em uma sociedade democrática, e diferente de anos atrás, os professores já mobilizaram-se contra as leis que os colocam no papel de “alienadores”.
Como traz Paulo Freire (1987) “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Portanto, a educação e dentro dela, especialmente, a História não pode perder novamente sua identidade de ensinar de forma emancipatória, tudo à todos. Sem amarras.
Referências
ARAUJO, Maria Paula;
SANTOS, Desirree dos Santos; SILVA, Izabel Pimentel. Ditadura militar e democracia no Brasil: história, imagem e testemunho.
1. ed. – Rio de Janeiro: Ponteio, 2013.
BERTOLETTI, Vanessa
Alves; COELHO, João Paulo Pereira; COELHO, Marcos Pereira. Uma análise
histórica do ensino de história no Brasil: regime militar (1968-1972) e
conservadorismo pedagógico. IX Congresso
Nacional de Educação – EDUCERE, 2009.
CERRI, Luis Fernando
(Org.). O ensino de História e a
ditadura militar. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17ª. ed. Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1987.
HILSDORF, Maria Lucia
Spedo. História da Educação brasileira.
São Paulo: Thomson, 2003.
NAGIB, Miguel. Escola sem Partido.
PLAZZA, Rosimary;
PRIORI, Angelo. O ensino de história
durante a ditadura militar. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/956-4.pdf>. Acesso em 25 de janeiro de 2016.
SILVA, Rebecca
Carolline Moraes. O ensino de história e o período da ditadura militar:
apontamentos e leituras acerca desta temática por professores de história. VII Congresso Internacional de História,
2015.
Prezada colega,
ResponderExcluirPensando a sua pesquisa no que temos atualmente na composiçao da sociedade Brasileira: Um numero consideravel de pessoas m é oriunda da educaçao anos 70-80. Vc acredita que a divisao politica nos dias atuais ainda é um reflexo da educaçao da época, em ignorar o mal que o miitarismo fez para a sociedade?
Obrigado!
Fabiano Cabral de Lima.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom dia, Thaísa!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, parabéns pelo tema e pelas reflexões. É muito importante que estes recentes projetos de lei que procuram estabelecer a exclusão de determinados assuntos das salas de aula sejam abordados e muito debatidos!
No entanto, discordo da ideia de que estes projetos de lei sejam, necessariamente, reflexos da ditadura militar no ensino. Eles refletem, na minha opinião, pensamentos que ultrapassam este período histórico. Discussões como "ensino ideológico" e os conflitos entre educação escolar e religião ou costumes familiares são anteriores à ditadura, perpassaram ela e continuaram depois de seu fim.
Em essência, será que não fazem parte da discussão sobre os limites das relações entre Estado e sociedade? Discussão esta que assume diversas matizes: conservadora, progressista, liberal, libertária...
O que surpreende é: por que estes projetos de lei surgem justo agora? Na sua opinião, o que há, no nosso momento histórico, que possibilitou isso? E o que eles revelam do nosso momento? No que diferem, a seu ver, das políticas educacionais da ditadura?
Grata!
Não estaríamos praticando um ensino alienado nos dias de hoje, quando criticamos sem neutralidade o período militar na história?
ResponderExcluirBoa Noite Thaísa! Parabéns pela sua pesquisa!
ResponderExcluirEu concordo quando você afirma que a "Escola sem partido" representa um retrocesso em tudo o que foi conquistado durante estes anos pós ditadura civil-militar, porém eu não consigo enxergar nenhuma “neutralidade” no ensino proposto por este projeto “Escola sem partido”, por isto, surgem as seguintes perguntas:
Você acha que o projeto “Escola sem partido” possui este nome devido a uma intencionalidade implícita nos objetivos daqueles que a propõe, que também poderiam ser comparados aos objetivos propostos pelos ensinos de OSPB, EMC ou Estudos Sociais durante a Ditadura civil-militar no Brasil?
Você acha possível haver algum tipo de neutralidade em uma aula de História, sendo que até no ato de escolhermos os autores ou as fontes a serem trabalhadas em sala de aula, estamos agindo com um certo tipo de intencionalidade e parcialidade?
Desde já obrigada.
Ass. Karina Rangel Cruz de Assis.
Olá Karina Rangel Cruz de Assis!
ExcluirInicialmente, obrigada pela sua contribuição!
Quanto a primeira pergunta, acredito que até pode ser feita essa comparação sim, visto ambos os modelos de ensino estão voltados implicitamente a interesses políticos. E atendem uma concepção semelhante. Acredito que a neutralidade por parte de nós professores, é meio improvável haver, pois, temos posicionamentos, ideologias que refletem em nossa prática em sala de aula. Porém, acho necessário o professor estar ciente que acima de tudo deve haver a liberdade de pensamento de ambas as partes: alunos e professores. E junto disso a prática da arte da tolerância.
Thaísa Falcão
Boa noite,
ResponderExcluirParabéns pela escolha do tema e pelas considerações feitas, mas peço que me responda como podemos ter uma educação "sem imposições" se desde a Educação Infantil os professores são obrigados a "doutrinar" as crianças sobre o que é certo ou errado baseados na visão dos livros didáticos, ou seja, de quem os escreveu e apoiou, sem ao menos dar a liberdade aos pequenos de descobrirem o que é certo ou errado?
Entendo que esse período pós ditadura não acabou com a mesma, pois ainda hoje, conteúdos são impostos a todos, sem a opção de buscarem o que entendem como verdade.
Juliane Robles Costa do Nascimento
ExcluirInicialmente, obrigada pela sua contribuição!
Bem, sua pergunta é bem relevante e acredito que infelizmente isso está no alcance da esfera do sistema educacional. Que carrega consigo reflexos do período da ditadura. O que podemos fazer é continuar lutando e dando nossas contribuições, mesmo que pequenas, para que num futuro próximo sejam refletidas na sociedade.
Antes da pergunta tenho uma colocação.
ResponderExcluirUma nova ditadura na área da educação está cada dia mais presente, depois de anos de sufocamento (1964-1985) o ensino em especial a disciplina de História apresentava melhoras no seu quadro. Como a colega apresenta no seu texto, a ditadura procurou excluir a História do ensino brasileiro, devido ao seu conteúdo perigoso, afinal através da instrução o aluno poderia ter condição de vislumbrar um futuro melhor para o que se apresentava nos anos de ferro. Mas nos últimos anos, estamos vivenciando algo inovador na sala de aula, o aluno se reconhece como agente da história, compreende a partir do seu cotidiano o mundo. Mas um problema se apresenta com a nova orientação proposta pelo ministério da educação com relação a disciplina de História, alterando a sua estrutura, deslocando conceitos, alterando contextualização e excluindo conteúdos do currículo, o aluno ficará “perdido” com relação aos assuntos abordados na sala de aula.
Eu desconhecia essa nova proposta de retirar do professor de História a sua “versão crítica”, subtrair isso das aulas da disciplina, seria o mesmo que condená-la ao limbo. O que seria também da filosofia e da sociologia sem o pensamento crítico?
Estamos diante de um dilema que se não for resolvido, reconduzirá o ensino ao modelo de repetição das ideias prontas, onde o aluno seria um reprodutor das ideias concebidas pelo modelo ideológico no poder.
Cara Thaísa, tenho uma pergunta, nós como professores de História, o que poderíamos fazer para evitar com que esse modelo de ensino que torno o ensino sem posicionamento tenha sucesso?
Anderson da Silva Schmitt
COM RELAÇÃO AO TEMA DA DITADURA MILITAR PODEMOS PERCEBER QUE FALTA AINDA OS JOVENS CONHECEREM A REALIDADE DESSE PERÍODO DENTRO DA SALA DE AULA. A HISTÓRIA DO PERÍODO MILITAR DE CERTA FORMA FOI IGNORADO, HAJA VISTO QUE NA ATUAL SITUAÇÃO POLITICA DO BRASIL, MUITOS RECORREM AS RUAS PEDINDO A VOLTA DESTE REGIME NO PAÍS. E UM TANTO INCOERENTE FAZER MANIFESTAÇÃO PARA A VOLTA DE UM REGIME QUE PROIBIA MANIFESTAÇÃO. NÃO ESTAMOS AQUI COMO FOI APONTADO NO TEXTO FAZENDO IDEOLOGIA POLITICA PARA A OU B. MAS É IMPORTANTE QUE MUITOS CONHECEM A HISTÓRIA DESSE PERÍODO PARA EVITAR O O ERRO DE APLAUDIR OU MANIFESTAR ( NÃO QUE SEJA PROIBIDO) A VOLTA DA DITADURA. POR ISSO E IMPORTANTE TRABALHAR A HISTÓRIA DO BRASIL NESTE CONTEXTO PARA QUE OS JOVENS NÃO ENTREM EM UMA ONDA DE UM REGIME AUTORITÁRIO E QUE MANCHOU A HISTÓRIA DO BRASIL ENTRE 1964 E 1985.
ResponderExcluirELOIS ALEXANDRE DE PAULA
Prezada Thaisa
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa.
Do ponto de vista da pesquisa e da mobilização social quais ações dos professores, você tem conhecimento, em relação a esta avalanche conservadora que estamos vivendo e você também sinaliza em sua comunicação?
Joilson de Souza Toledo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirInicialmente quero parabenizar pelo trabalho . Mas gostaria de fazer algumas considerações acerca do ensino de história e a realidade em sala de aula.
ResponderExcluirEstava em um curso de formação de professores, onde levantou-se um debate acerca da seguinte afirmação de um porfessor de história:"Meu pai, , sempre me falou que o período dos anos 70 era um tempo de respeito, paz e ordem. Havia respeito e as coisas não são como hoje. Não viu essa briga e guerra do período militar. Onde ele morava não tinha isso."
Mediante a tal argumento uma "agonia" historicizante dos professores recaiu sobre o professor, como se ele estivesse defendendo que a ditadura "não tivesse sido como sempre fora relatada".
Mediante ao fato citado acima,professora pergunto : Essa "neutralidade" nao poderia incialmente ser exercida pelo respeito à identidade e história de vida do outro?
A impressão que tive na sala de aula, nesse momento, foi que a "voz" do pai do professor de história não teve importância, mesmo sendo uma voz que vivenciou a DITADURA (de forma diferente). A questão por mim levantada e que me levou a pensar foi: como defender a postura neutra em situações em que a tradição histórica delimita espaços e territórios e inclusive na negação da fala de alguém que vivenciou um fato de forma "contrária" ou diferente daquela já explícita em livros didáticos e nos discursos dos professores? Como ser neutro em sala de aula se a história do livros ainda se nega a dar voz aos excluídos ou as outras vozes existentes e não escutadas em períodos históricos?
PRISCILA MORGANA GALDINO DOS SANTOS
Os estudantes deste período, apresentam consequências na sua visão de mundo diante a educação que foi passada para si? E como foi o processo de mudança no sistema educacional, com o fim da ditadura ?
ResponderExcluirJéssica Monteiro, estudante de Licenciatura em História, Paraíba,Brasil.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComo tratar deste temática em sala de aula e identificar na polícia atual genuínos grupos de "esquerda" e "direita" na sociedade brasileira nos dias de hoje?
ResponderExcluirParabéns pela análise!
(José Vando Moreira da Silva – Caruaru/PE - jose_vando@live.com)
Em 2012 houve a implantação da ‘Comissão de Verdade’ destinada a apurar os crimes cometidos no período da ditadura, deu-se início à abertura dos arquivos nos revelando crimes daquele período. Como você descreveria a sociedade nos dias de hoje pedindo a volta da ditadura militar? (Viviane Regina Árcega de Souza)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuem disse que quer a volta dos militares?
ExcluirEu disse apenas sobre neutralidade, não sendo contra e nem mesmo a favor, com o intuito de uma análise imparcial. A ditadura nos deu um atraso de vinte anos em vários aspectos e países que ainda a tem sofrem cada vez mais.